Falo, comento, mexerico, como qualquer pessoa. Não sou nenhuma puritana! Gosto, de vez em quando, de uma boa fofoca ou má-língua, mas não julgo nem tão pouco sou peremptória por facção nenhuma de guerras que não são minhas.
E ia eu a caminho de um café, mais uma vez surpreendida pelo desengano das aparências de uma conhecida, quando chego, abro o livro que tem andado aos trambolhões no meu carro, e me deparo com um capítulo tudo a ver com esta velha lição, que tenho vindo sempre a comprovar.
Nesse capítulo fala-se de uma anã de saúde frágil, que, na aldeia em que vivia, todos julgavam muito coitadinha, pelo tamanho que tinha e todas as complicações que isso lhe trazia. Encaravam-na como uma criança envelhecida, e não como uma mulher, e que achavam que por ser tão pequenina, de fenda tão diminuta, não tinha capacidade para acolher o amor de um homem! (As palavras não são minhas!) As vizinhas visitavam-na com o intuito de a ajudar, mas sobretudo de se sentirem confortáveis na sua miséria pessoal, julgando-a sempre pior. Quando souberam que a anã dormiu com quase todos os homens da aldeia, não se ensaiaram nada em chamá-la de ordinária!
O filho de mil homens.
Aconselho!
Não conhecia o autor, mas tem uma forma de escrita muito engraçada e tenho achado o livro refrescante.
E quanto aos rumores, boatos, aparências ou o "diz-que-disse" de X ou Y sejamos mais do que mentes desocupadas, pobres de espírito ou simplesmente ignorantes, como as mulheres desta aldeia!
E realmente não há coincidências...
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