quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O pudim

Segunda mudei-me para casa do meu namorado. Por uns dias. E como tal e como boa namorada que sou, decidi aventurar-me a fazer uma sobremesa. Mais propriamente um pudim. Mais especificamente ainda, um pudim Abade de Priscos, que ele adora. Ora eu, Mulher dos Apartes, que tenho mais medo de cozinhar (ou costurar) do que abrir um capot de um carro e trocar um médio ou serrar madeira ou montar armários e que penso já vos ter dito a nódoa que sou na cozinha, atrevi-me a fazer o pudim mais difícil que existe à face da Terra!
Após extensas pesquisas decidi-me a seguir a receita indicada na própria página on-line da freguesia de Priscos e que partilho aqui convosco:

Ingredientes:
15 gema(s) de ovo
500 g açúcar
0,5 Lt água
50 g toucinho de presunto
1 cálice vinho do Porto
caramelo líquido
canela em pau
casca de limão


Preparação:
  1. Parte-se o toucinho em lascas muito finas.
  2. Leve a água ao lume com o açúcar, o toucinho, a casca de limão e o pau de canela. Deixe ferver até fazer ponto de fio. Passe depois por um passador de rede e deixe amornar.
  3. Bata as gemas muito bem, junte o Vinho do Porto, continuando a bater e incorpore na calda, entretanto amornada.
  4. Vaze numa forma caramelizada, tape bem e coza em banho-maria, em forno quente, durante mais ou menos 40 minutos. 

Comecei com um plano: preparar todos os ingredientes qual chef José Avillez ou Gordon Ramsay que se preze para depois só me preocupar com a execução do pudim. Ora sucede que eu mal sabia no que me estava meter e que ingenuamente me deixei enganar por uma receita aparentemente simples e não foi preciso muito tempo para encontrar o meu primeiro obstáculo: o maldito ponto de fio ou de espadana!
Toda eu era nervos, toda eu era rubores e suores e a merda do fio que era suposto acontecer, nada!
Assim ficou. Depois, o forno! Ó valha-me Deus, que aquilo não cozia nem por nada! Levei o pudim ao forno, a 250º, como vi noutra receita, durante 45 minutos, religiosamente e como dita a lei e ao fim desse tempo deparo-me com uma base toda rachada. Estendi a cozedura por mais 20 minutos, como outras receitas sugeriam e o resultado foi o mesmo. Transferi-o para o lume, como se vê no vídeo, e o pudim continuava igual. Desisti e deixei-o arrefecer. Mas batoteira e impaciente que sou para estas coisas de culinária não o deixei arrefecer até estar quase frio para o desenformar. Resultado: um pudim abade de Priscos quase completamente desmanchado. Não sei se foi do ponto de espadana inatingido ou da minha impaciência durante a cozedura ou para o desenformar. Contudo, dizem as críticas que tinha o cheiro e sabor de um pudim Abade de Priscos e que estava "perfeito, se não tivesse desfeito"! Oh yeah!!!
Mas tão cedo não me volto a meter numa destas! Até porque a levar 15 gemas de ovos e 0,5 kg de açúcar, mais vale manter um burro a pão-de-ló!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Coisas de moda que eu não percebo

No outro dia, no facebook, uma loja de roupa anunciava a seguinte camisola, ou jumper, ou sweater, ou seja o que for, que este vocabulário fashionista é complicadíssimo:



Expliquem-me por favor, como se eu fosse muito burra, os encantos de uma camisola toda fo-di-da! Parece ter sido usada por uma senhora de proporções generosas, que alargou a malha toda e que depois largou a camisola ao abandono até ser atacada por um batalhão de traças, mas as celebridades adoram-na (a camisola estava a ser publicitada com fotos da Miley Cyrus e Jessica Simpson a usá-la). E as fashionistas também.
São muito burras estas mulheres... Comem tudo o que lhes dão.

Pura e simplesmente TVI

Ora deixem-me ver se eu percebi: a Casa dos Segredos terminou e a TVI decide fazer mais uma gala - para fazer render o peixe. E eis senão quando surge um novo programa - achavam vocês, e a SIC e a (ainda) televisão pública, que a TVI tinha queimado os cartuchos todos... bébés!
E quando o concurso se propunha a durar duas semanas, eis que estendem a sua duração para mais uma semana! ...E mais outra ainda - tomem lá estações concorrentes, que já almoçaram!
E afinal também entram a jogo novos concorrentes a meio do programa e ex-namorados (o Dioguinho da Fannyzinha) - só para potenciar um bocadinho mais a peixeirada. E põe-se aquela merda no ar vinte vezes por semana - não vá o português mais incauto deixar de reparar que está a decorrer outra Casa dos Segredos.

Parece-me que a TVI está a fazer em televisão o mesmo que o Sporting fazia no campeonato, tentar de todas as maneiras descer de nível. Minha rica TVI: "há-des" conseguir! Não há Jesualdo que te valha.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A Pépa

Como diria a nossa querida Teresa Guilherme: olá, olá, oláaaa!
Em primeiro lugar, um grande bem-haja para todos e votos de um excelente ano! Pois se se inquietaram e se se perguntaram com a minha ausência, encontro-me viva, mas não de grande saúde. Nada de mais, apenas uma pequena "depressão" que me obriga, de quando em vez, a um shut down para procurar por novas actualizações, e estou, como a estação exige, constipadíssima até à quinta casa decimal.
Pois do que eu vim aqui falar não é das festas de Natal e de passagem de ano, que foram boazinhas, muito obrigada, das nomeações para os Óscares, que mais uma vez vão ser um tiro no escuro para mim, que ainda não vi nenhum dos filmes, ou desse glorioso relatório do FMI, que acha que somos demasiado generosos com os desempregados e há demasiados polícias, professores e afins e se calhar, por aquilo que nos é sugerido mais valia termos meia dúzia de gatos pingados a trabalhar neste país por 5 merréis, porque vai para aqui uma generosidade que não se pode. São uns mãos largas este estado e estas empresas privadas.
Adiante.
Do que eu vim aqui falar é mesmo da Pépa.


Oh, a Pépa! Personificação de tanto que já aqui espraiei sobre as betas e muito mais. Num registo ora mimado - não consigo abrir a boca mais do que um centímetro e dizem-me que fico super querida quando falo como uma criança de 7 anos - ora afectadíssimo à tia de Cascais - dois mil e dozeee (arrastar a palavra ao máximo com uma entoação de enfado) foi um ano positivo, de coisas óptimas (cá está o "óptimo"! eu não vos disse?). Este tipo de pessoas faz-me impressão. Não só a Pépa, mas todos os betos, queques, snobes, no fundo, que ela representa.
É que com este nível de nojo e de pudor, eu juro que não faço ideia como é que estas pessoas sobrevivem a uma diarreia ou ao coito! É que não há maneira de manter a elegância e a etiqueta quando está uma perna para cada lado e os fluídos acontecem no acto sexual ou as lágrimas nos vêm aos olhos num momento de aflição escatológica. Ou então, pobrezinhas, andam entupidas até às pestanas de ansiolíticos para lidar com tal "horror". Ou devem comer coisas que só sabe Deus, e o Tallon, para fazerem cocó às bolinhas, tipo cabra, e não sujarem nada. Seja como for, eu não percebo o porquê de tantos tiques e manias, se ao fim ao cabo se lhes der a volta à barriga, vão-se ver tão afoitas e afogueadas como qualquer um de nós. É que naquele momento em que transpiramos e coramos de esforço, as maneiras vão pela água abaixo enquanto a matéria fecal não vai!

E é com este bonito pensamento que me despeço. Com amizade.
Feliz 2013!