Há gente estúpida neste mundo. Isto deve ser tão antigo quanto os primeiros espécimes na Terra. Tenha sido o Adão e a Eva, que se acharam parvos um ao outro, na certa, tenham sido os Australopitecos que conviviam na sua amena cavaqueira até aparecer o primeiro idiota da nossa existência, haver gente estúpida neste mundo é de-cer-te-za tão antigo quanto o ser humano precisar de oxigénio para viver.
E de todos os parvos que existem por aí e que me esfrangalham os nervos, para mim não há pior que os pobres e mal agradecidos. Vá, estão ali no taco a taco com os campeões desta vida.
NÃO SUPORTO pessoal que precisa de ajuda e que morde na mão de quem a estende ou pessoal que cospe no prato em que come. A ingratidão e a falta de humildade nunca deixam de me surpreender. Os meus pais ensinaram-me a não importunar, a não esperar por favores, a agradecer caso eles calhem, de coração, pois a isso ninguém está obrigado. Mas há pessoas que, por algum motivo que ainda não descortinei, acham que todos os outros lhe devem esse obséquio. É gente que acorda e que acha que todos têm que papar com o seu azedume de quem está de mal com a vida e que, não fosse isso suficiente, esse dar o desconto, esse dar a palmadinha nas costas, ainda julgam que têm direito a ajuda e que essa ajuda vem segundo os seus termos e condições. É pá, não me fodam o juízo!
Isso e aqueles em que estão em situações privilegiadas e nem isso os impedem de dizerem mal do que têm e de cuspirem no prato em que comem, sendo esse "prato" inclusivamente devido à bondade e disponibilidade das pessoas para que a sua situação seja a mais confortável possível! Não tenho paciência.
Não tenho paciência também para todos aqueles que são os maiores em tudo o que fazem e em tudo o que lhes acontece. Há pessoal que tem uma sorte infinita, são rápidos, são bons, são bonitos, são espertos (claramente muito mais do que os outros) e que tudo lhes calha de feição na vida. Têm vidas dignas de príncipes e de museus (e eu nunca deixo de me lembrar no Poema em linha recta de Álvaro de Campos quando me cruzo com estes campeões da vida). E infelicidade a minha, vejam lá, que sou humana e cometo erros, Dos mais idiotas que vos possa passar pela cabeça. Eu, que reconheço que não sei tanto quanto eles, que não tenho tanta sorte quanto eles e que, já agora, permitam-me a ironia, não tenho tanta humildade quanto eles de reconhecer as minhas falhas, que até isso eles devem ter a mais.
Enfim.
Odeio pessoas.